Eu sou da época da Internet, e portanto da geração mais recente de pessoas que se envolvem com arte e vive de postagem em servidores na rede. Não vivenciei o que muitos valorizam do passado, que é a troca mais humana de material, através de correspondências ou de shows mesmo. Tento imaginar a coisa toda no passado, já vi filmes e li zines, mas não é suficiente, só quem vivenciou pode falar com respaldo. Como só me sinto apto a falar daquilo que vivi/presenciei, me sinto a vontade para falar de forma positiva sobre o que vejo/vi . Independentemente dos altos e baixos do cenário roqueiro sujo, e de toda essa tralha faça-você-mesmo, o que importa mesmo é conseguirmos nos sentir bem com aquilo que fazemos, essa é a essência, acredito eu. Já escutei alguns chamarem os lugares onde tocam de “roubadas” devido às dificuldades e a desvalorização de quem produz arte (ou anti arte) justamente porque o que fazemos não tem um viés comercial, é o ápice da liberdade dentro de nossa sociedade, porque fazemos o que queremos sem nos preocupar com contratos, vendas ou público, faremos de qualquer jeito porque é o que gostamos de fazer. Uma coisa que o mundo sempre soube manter, é a arte no subterrâneo, quase todos os grandes artistas de todas as épocas sempre ficaram a margem, e só foram vistos depois de mortos, mas o que eles nunca conseguiram fazer é criar uma comunidade internacional de pessoas que produzem independentemente, sempre fora do “esquemão”. Essa é a diferença entre o cenário subterrâneo de punk e seus derivados e os demais tipos de arte.
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