16/09/2010

Sindrome da segunda feira

E então ele acordou, era segunda, e tudo que ele queria, naquele momento, era sumir. Era um sonho acordar cedo e ao invés de ir pro trabalho, começar a trepar com uma mulher razoavelmente bonita, tomar um pouco de cerveja com uns tira-gostos bem bolados, deitar no sofá, olhar pra tv desligada. Ou então acordar com o pau duro, dar um mijão, depois voltar a deitar, e acordar, comer, arrotar e peidar, assistir um video pornô qualquer no computador, sair pra rua, parar em um boteco, pedir um velho, uma cerveja, um maço de cigarros, ir pra padaria, comer umas coxinhas, tomar mais uma cerveja, passar no mercado, comprar umas caixas de cerveja, dois quilos de manjubinha, macarrão, refrigerante, doritos, linguiça... Quando de repente, ele sentaria no sofá e pararia pra fazer planos, e agora? vou alugar um filme... bater uma... ligar pra ela... entrar na internet... talvez um puteiro mais tarde... não tinha respostas, nem planos ao certo, o certo é que aquele momento vertiginoso, onde não havia preocupação, tudo oque ele quisesse parecia ser possível... Parou pra pensar no sentido da vida, por que estava ali? no que daria tudo isso?... uma gozada a mais ou a menos e caso ele engravidasse alguem, nasceria outra pessoa, oque poderia modificar todo o futuro... e se, ao invés de ir ao bar, ele ficasse na cama dormindo, ou então, quando ele descobriu, escutando o estádio 97, que o presidente costa e silva foi o segundo presidente brasileiro no periodo militar, se neste momento ele estivesse escutando outra coisa... as coisas seriam diferentes, oras... então, isso o deixou um tanto afoito, já que parecia que existia certo acaso, embora fosse ele o responsável por colocar naquela frequência... Esfregou os olhos, automaticamente ligou o interruptor, as vistas doeram um pouco, foi pro banho, se trocou, escovou os dentes, não tomava café, mas tomou um copo d'agua, procurou as chaves como de costume, entre as almofadas do sofá, encontrou-as, fora de casa, foi sentido o final do onibus a fim de pega-lo menos cheio, eram 6:30 a.m, e tudo que ele queria era sumir e aparecer na sexta depois do expediente...

12/09/2010

Ulster e Infect!

Duas resenhas que não podiam faltar no blog, são de dois clássicos do hardcore paulista: O cd indelével das mulheres do Infect e os mestres da bagaceira do abc: Ulster (aperte o gatilho)... Bom, é importante ressaltar que esses dois cds foram(são) muito importante, não só com relação a sonoridade fodida, são dois álbuns indispensáveis, mas marcaram, pelo menos pra mim, meu início na literatura, a música número 15 do indelével (condicionado) fala sobre o livro 1984 do George Orwell, aliás o encarte, muito bem bolado, é divido em duas partes: uma com as letras, e outra parte com os “significados” das letras, e foi lendo oque elas queriam dizer com a música condicionado que eu descobri o Orwell, note que antes disso eu lia coisas no naipe do dan brown, portanto o salto foi enorme. O álbum ainda conta com uma versão do Restos de nada (temos que liquidar, a classe dominante!!!). Hardcore seco, direto, muito bem feito. E, o aperte o gatilho, já começa com a música instrumental, Henry Chinaski, que é o alter-ego, pseudônimo, ou qualquer coisa nesse sentido, do velho mais safado de todos: Charles Bukowski! Pra ser sincero, quando eu vi o nome eu pensei que seria algo no mesmo, ou em um sentido parecido da citação sobre o Roberto Campos, naquela música sonho médio do Dead Fish... Imaginei que fosse alguém relacionado ao mundo político da gringa... Porém é muito mais foda, nem acreditei quando comecei a ler Bukowski, ainda vou ler o livro Mulheres dele... O álbum do Ulster, ou melhor, o encarte, não fica atrás do do Infect não, com todas as letras escritas lá, e uma santa ceia mascarada igual os caras da banda, tem alguns flyers da banda também. Além de uma versão pra música pobres crianças no Negative Control, State Opression, do Raw Power, tem alguma coisa de uma novela inacabada do Charles Bukowski (the way the dead love), e um poema do Rimbaud: A eternidade, muito bem berrado. Ah, fora Viva Nós e Todos Hipnotizados do Olho Seco... Dois albuns porreta!

10/09/2010

Segunda de manhã antes do trabalho


Foram em bares, também beberam em casa, assistiram o jogo no Domingo, e o resultado pouco importa agora. Sentem a dor e o cansaço, do tédio e da fumaça, dos dias que não mudam, do trabalho que te tira da cama, e que te leva pras filas do metrô, o onibus cheio, suado, enfim chegam lá, e esperam trabalhando, torcendo no fim das contas para que a hora seja complacente e os faça ir embora dali o mais rápido possível. No entanto, sentem que oque os leva para o abismo da mesmice, é oque mantem os vicios, os mesmos vicios que ajudam a suportar a loucura, os deixam loucos, portanto estão presos dentro do absurdo, céticos no entanto revoltados, e agora, agora só resta seguir... ?