21/01/2011

um rascunho sobre cinema

 O cinema verdade, tenho a impressão, de que é a inversão do que se entende por cinema, quando falamos sobre hollywood e seus derivados. À sétima arte restou o status de um grande engenho da fantasia, dos efeitos especiais e pessoas envolvidas em transações multi milionárias. Chegamos na era do cinema 3D, as bombas explodem, e os estilhaços voam, quase como se pudessem nos atingir (sou a favor do desenvolvimento da tecnologia mas quero enfatizar que o cinema atual evolui os efeitos especiais no entanto a evolução intelectual cinematografica acaba ficando nas pequenas salas de cinema). Não se vai ao cinema para pensar, em lugar algum as pessoas vão para pensar, tudo porque colocar o cérebro pra funcionar é muito chato. Em todos os lugares nós vamos para descansar, ou pelo menos pra carregar a bateria até que aquele bendito(?) dia (segunda-feira) chegue. Tudo oque se quer é diversão mais até isso é contradição nos dias de hoje, talvez sempre tenha sido, porque se de fato quiséssemos diversão não passaríamos a melhor parte de nossas vidas trabalhando. Nunca li nada escrito pelo Dziga Vertov (mentor do cinema verdade). Bom, como cineasta, é óbvio que o fundamental seria ver os filmes dele, mais tenho a impressão de que esses cineastas russos, embora tivessem uma linguagem bem calcada no cerne revolucionário soviético, conseguiram sobretudo, criar as linguagens cinematográficas que fizeram escola em grande parte do cinema mundial (não só na prática cinematográfica mais também deixando um legado teórico interessante pra quem gosta de cinema). Tem-se como exemplo (do legado do cinema soviético), o grupo Dziga Vertov, liderado pelo Godard, que marcou sua fase de “cineasta-militante”. Jean Rouch e o cinema verdade francês (esses mais influenciados pelo Vertov)... E até o próprio realismo poético francês, o neo realismo italiano e o cinema novo, que apesar de eu não conhecer tanto assim (nenhuma dessas três vertentes) tenho a impressão de que tem os pés no cinema Eisensteiniano. Que até onde eu sei, foi o responsável por interseccionar o realismo com a ficção no cinema, dos filmes dele que assisti, oque mais gostei se chama “A Greve” mas o maior clássico do Eisenstein foi o “Encouraçado Potemkin”. Tem um outro cineasta que eu acho que é mais desconhecido, sendo um pouco mais complicado de se encontrar material dele disponivel pra download, que é o Lev Kuleshov, criador do efeito (experimento(?)) Kuleshov, que foi utilizado também por um cara famoso em hollywood (embora o Kuleshov tenha aparentemente influencias do cinema ianque), o Buster Keaton! Kuleshov foi um cara tão bacana, que foi justamente ele a fazer o primeiro filme soviético que criticava o modo de viver na “América” (que fique bem entendido que se tratava dos ianques). O nome do filme é: The Extraordinary Adventures of Mr. West in the Land of the Bolsheviks. Me interessa muito essa relação do cinema com a realidade, e para entendermos essa tal relação, acredito que assistir os clássicos russos são fundamentais, mesmo que sejam meio retardados, se comparados com o que passa por ai geralmente, uma coisa que me despertou a atenção foi o início do filme “O Homem Com a Câmera” (do Vertov) onde passa uma legenda introdutória explicando sobre o aspecto experimental do filme e deixando bem claro que é um filme sem atores, roteiro, legendas (as do inicio não contam), som... não era a toa que ficou rotulado como cinema verdade. Ah, isso fora a cena da mulher parindo, imagino o estardalhaço que aquilo dever ter causado (o filme foi lançado em 1929) se bem que é provável que naquela época o filme não tenha ido muito longe do território soviético.

E que tudo mais vá pro inferno!

Eu tinha uma ideia idiota sobre os personagens que costumava ver na TV e na Internet, sempre que os via, por mais novo que pudessem parecer eu imaginava que eles eram mais velhos do que aparentavam, se pareciam ter a minha idade, eu jogava uns cinco anos a mais, afinal de contas aquele pessoal ali, tão perto, e tão incrivelmente distante, estavam com a vida feita, e eu, no auge dos meus 23 anos, simplesmente não possuía nada além de algumas pilhas de livros e outras quinquilharias, no fim das contas, tudo que eu queria era liberdade de poder mandar este mundo ir a merda sem precisar me suicidar. Sim, era dor de cotovelo, eles tinham carros e mansões, milhares de mulheres gostosas, sem cu doce. Não concordo com o mundo, e não é uma simples dor de cotovelo, embora tenha aparentado inicialmente, essas mesmas pessoas que tem a vida feita, e que estão sempre nos veículos midiáticos, não se importam com os milhares de imbecis que sofrem inutilmente, porque se a vida é gratuita, esse sofrimento também é, não porque a vida é gratuita, mais sim porque as coisas poderiam ser melhores, desde que esses zumbis decidissem arriscar um pouco, fala-se sobre ousadia e coragem, e inovação, mais tudo isso só serve para os psicólogos de R.H. Oque se vê é uma verdadeira sociedade de mortos vivos! Aqueles homens sorridentes, que se enforcam em suas gravatas, e fazem de tudo pra servir melhor o patrão para no fim das contas conseguir um cargo melhor, mais dinheiro, esse é o padrão, o padrão do mais dinheiro, as pessoas precisam querer subir na vida, descendo descontroladamente até o inferno do mundo corporativo.

11/01/2011

Entrevista com a banda Discrepante







A banda começou em 1997? conte-nos oque mudou na banda desde então... alguma mudança na formação?



A banda começou em 1997, a formação é a mesma desde o início, três irmãos tocando, o que mudou foi apenas que agora tocamos um pouco melhor que antes





as rádios da mesma forma que a tv aqui no Brasil são públicas, sendo que o estado cede concessões para que as empresas (os tais oligopólios) possam transmitir as informações, escutei a música "rádio livre" de vocês, vocês podem falar um pouco sobre este tema?



Sim você sabe que os canais de tv e frequências de rádio são públicas, sendo o estado responsável pela concessão destes canais e frequências, na teoria qualquer um poderia ter direito a um canal de tv ou a uma frequência de rádio difusão, desde que obedeça normas estabelecidas pela constituição para tal concessão, entre essas normas a responsabilidade social e a questão da utilidade pública de tal canal ou frequência, e é justamente o que não acontece quando estas concessões são cedidas para esses tais oligopólios, que detêm assim a monopólio da informação, e faz dela o que bem entende, encobrindo, mascarando e manipulando tudo que lhes é conveniente. 

Está música foi feita pensando justamente na questão das rádios livres e comunitárias, e como elas são tratadas pelos orgãos estatais que regulam a concessão de utilização destas frequências, deixando claro e visível o domínio e manipulação e difusão da informação exercida por esses monopólios





E por falar nisso, eu vi um link muito foda no myspace de vocês, que é o link da "Kaus Radio". Escutei semana passada ele, vocês podem falar um pouco sobre essa rádio na web, vocês tem algum envolvimento com isso?



O link é de uma rádio on line de um camarada chamado Matheus, conhecido como Bolaxa



Observe o poder de comunicação e interatividade da internet kkk



No MSN:



Daniel diz:



Quem fundou a rádio?

que horas é a sua programação e que dia?

(é uma entrevista com a nossa banda, ai ele (Alan Mizéra zine) viu o link que colocamos da rádio então vou responder)



-BôLäXä- diz:



A radio foi fundada pelo Alex e por mim (Bolaxa), com intuito de divulgar bandas da cena underground nacional, os programas rolam todas Terças-Feiras das 19h as 21h

sendo a primeira hora apresentada pelo Alex e a segunda por mim.



Link para quem quiser ouvir: www.kausradio.blogspot.com (ta uns meses sem atualiza vou ver se essa semana atualizo hahaha)






Falem um pouco sobre o split com o Trancarua?



O split vai ser lançado agora em Janeiro, o Trancarua gravou as músicas agora em 2010 e o Discrepante estava com esse material gravado desde 2009.






vocês tem algum outro lançamento além deste split? (fale-nos um pouco sobre a discografia do Discrepante)



Sim o Discrepante está para lançar um outro disco agora em 2011, são músicas que já estão gravadas a algum tempo, como cada um tem seus afazeres, trabalhos e compromissos, as vezes as coisas não andam do jeito que gostaríamos que andassem, mais estamos ai sempre procurando fazer algo. Gravamos algumas músicas agora no final de 2010 que talvez façamos outro split com a banda do camarada Christopher e Chicão que se chama Ideocrime, se tudo der certo lançamos esse split, se não lançamos apenas o Discrepante mesmo.





Quem deu a idéia para o nome da banda?



O nome da banda quem deu foi o Fernando, a princípio pelo significado da palavra, da forma como ela se encaixa na questão de estar insatisfeito, de saber discordar e discutir, ser direto e consciente.





Eu li algumas questões feitas lá no formspring de vocês e achei bem engraçado principalmente as que falam sobre alimentos nutritivos e Cine ou Fresno... Algum de vocês é vegan (por falar em nutrição)?



Não somos vegan, mais sabemos o mal que essa grande indústria causa a toda humanidade, suas produções em excesso, o desmatamento e a poluição que já são bem visíveis no nosso cotidiano, e algo deve se feito.





bom, como vocês preferem Hevo 64, do que as duas bandas citadas na outra

questão, me veio também uma pergunta na mente, vocês acham que o Cine é o Discharge do emo nacional e Fresno poderia, de repente ser uma espécie de Anti-Cimex? (hehe...) Qual vocês preferem, Anti-Cimex ou Discharge? (pergunta dificil eu acho...)



Mas então Discrepante seria Hevo 64?!,

Anti-Cimex? Discharge? kkkk





Vocês acreditam em deus, e nos seus milagres? Ou vocês acham que a fé remove montanhas de dinheiro mesmo?



Acreditamos no poder que o dinheiro exerce sobre as pessoas



vocês tem algum comentário final? as questões acabam aqui...



Só queremos agradecer a entrevista, agradecer a você Alan, e que continue a divulgar a mídia alternativa, os zines as bandas... etc



muito obrigado



DISCREPANTE



http://www.myspace.com/discrepante














































































04/01/2011

Entrevista com Herdeiros do Ódio




Como foi a gravação da Demo violência sonora, quando foi finalizada, e o que essa

demo representa pra banda?


A gravação foi da forma mais natural possível, gravamos entre amigos o que foi fundamental pro som.

A demo foi gravada em um único dia e foi finalizada no ano de 2005, o mês não nos recordamos mais.

Suhaushauhsuahsuahsuahsuahsuahsuahsuahsuahs

Essa demo representa não só um som mais todo um ideal, um sonho idealizado por quatro pessoas que acreditam realmente no que fazem.


Vocês podem falar um pouco sobre as participações de vocês nas coletâneas chaos hc, nós nos importamos vol 2 e Chaoz day...? Como elas aconteceram?


Bom, na verdade todas essas coletâneas são iniciativas de amigos nossos, nas coletâneas chaos hc e nós nos importamos vol 2 foram feitas de forma bem D.I.Y, o encarte era apenas envelopes com frente e verso xerocados e cdr sem nenhuma arte prensada.

Agora o chaoz Day foi um pouco diferente já rolou uma grana e cada banda teve que desembolsar R$400,00, a coletânea foi prensada pela sonopress e demorou pra caramba pra ficar pronta.

Suahsuahsuhaushaushaushauhsuahsuahsuahsuahsua

Mas no fim valeu apena, foi um trampo muito foda!



Quais são os planos para o futuro?

Nós pretendemos fazer uma pequena turnê pelo Brasil esse ano com o nosso novo Cd (que esperamos que sai logo...suahsuahsuhaushas)e tentar tocar em outros países.


Como a banda surgiu?

A banda surgiu entre amigos de bandas da época que eram:

Kayame e Päaulo – SxNxOxP

Ducäa – Sistema Homicida

Pudim – Mcalister


Em conversas durantes roles resolvemos montar uma banda, paralela as que já tínhamos e logo no primeiro ensaio na casa do pudim, descobrimos que ia ser uma puta banda!

suahsuahsuahsuahsuhasuhaushaushaush


Já dividiram o palco com bandas que não são punks? Como vocês acham que as pessoas reagem a esse tipo de mistura entre estilos musicais.


Já dividimos o palco com muitas bandas que não são punx, mas tudo dentro do underground.

A reação de cada um é muito pessoal, tem pessoas que gostam e pessoas que acham aquilo o fim do mundo, mas para nós o importante é tocar e levar a nossa mensagem o mais longe possível independente das pessoas gostarem ou não.

No fim elas vão saber que existimos e que temos um ideal e que ele não é passageiro.



Vocês já tiveram algumas modificações na formação, o que vocês acham que acabou mudando com essas saídas e entradas de integrantes?


Toda vez que sai um integrante da banda é com se faltasse um pedaço dela, independente de entrar outra pessoa no lugar dela aquele pedaço nunca mais vai ser o mesmo, mas tem o lado bom, todo integrante que entra acrescenta algo de bom na banda e a luta continua.

Acho que a saída e entrada de integrantes na herdeiros nunca foi algo de ruin pois todos que saíram da banda ainda continuam nossos amigos e todos que entraram já eram nosso amigos.

shauhsuahsuahsuahsuashuahsuahsuahsaushuashuahs


O que vocês podem dizer sobre o cenário atual de Rawpunk? Quais bandas deste estilo que mais influenciaram vocês?


Na verdade nós não nos assumimos mais como uma banda raw punk, é claro que isso vai demorar um pouco pra ser desvinculado da herdeiros principalmente por que vamos ter que refazer várias artes da banda.

Suahsuhaushaushaushauhsuahsuahsuahsuahsuahsuahsuah
suahs

Poderia citar várias bandas aqui, mas em geral o hardcore escandinavo dos anos 80.




Vocês tem alguma coisa a dizer pra finalizar a entrevista?


Temos sim...suahsuahsuahsuahsuahsuhaushaushaushaushausha

Agente sempre tem uma frase, um texto clichê falando do punk, mas desta vez vamos deixar um frase do que realmente somos!


AQUI É PUNK NESSA PORRA CARRALHO!!!!!

Ushaushaushaushuashaushaushaushaushaushaushaushaus
huash

Agente queria agradecer ao Alan pela entrevista, muito foda simples e direta igual ao nosso som...sduhaushaushaushaushaushaushaush

E mandar um abraço a todos àqueles que nos apoiaram que continuam nos apoiando!!

Estamos de volta com tudo no ano de 2011!

HERDEIROS DO ÒDIO

PUNK ÄS FUCK!

Entrevista com Reagentes



Como vai a cena ai em Mogi?



Felipe Chumbinho: A "cena" em Mogi anda muito fraca.... na verdade nesses últimos 10 anos Mogi retrocedeu, as boas bandas que existiam na cidade acabaram e não houve uma renovação a altura em minha opinião.



Marcos Paulo: Mogi Já não é o que nunca foi!


Como surgiu a banda, como se conheceram?



FC: Eramos amigos de longa data e já haviamos tocado juntos em outras oportunidades eu (chumbinho) e Boris tocamos juntos por 5 anos no Agravantes e o Marcos Paulo foi quem me me introduziu no "Rock" ele quem me ensinou a tocar contra-baixo isso eu deveria ter ums 12 anos de idade (e é por isso que eu não sei tocar nada até hoje) hahahahaha!



MP: A banda surgiu de uma conversa de bar, nós vínhamos de outras bandas e não estávamos tocando , foi a idéia de tocar com um trio que me animou!



Como começaram com essa "coisa" do punk rock?



FC: Eu vinha de uma banda de Hardcore, músicas rápidas, vocais agressivos, um lance mais politizado... decidi tocar com os caras pelo fato de fazer um punk rock e pelo fato de fazer um som com influencias de banda que eu gosto muito, como The Undertones, The Queers, Ramones, Screenching Weasel, stiff little fingers , etc.



MP: Isso é desde  sempre sou Ramonesmaniaco, e sempre quis tocar punk rock...


A formação da banda sempre foi esta?



MP: Não, a primeira formação foi com Silvio na batera, a banda ainda se chamava Fugere Urbe, mas o Silvio foi pro Japão se casar, e a gente chamou o Boris que já tinha tocado com a gente antes, tocamos juntos também no Meliantes uma banda lendária aqui em Mogi!



FC: Com a entrada do Boris o som ficou mais explosivo...aí veio o nome REAGENTES!





Fale-nos sobre a relação do Reagentes com os bares da vida...



MP: A gente tem até uma frase “Quem não bebe não inspira confiança” e também eu nunca fiz amigos bebendo leite, então...

FC: Uma relação constante, firme e sincera...kkkk


As músicas de vocês pelo que percebi abordam temas que vão um pouco
além dos problemas sociais, me parecem ser mais introspectivas, o que
influencia vocês a escreverem letras assim?




FC: Coisas do cotidiano, coisas que todos passam, medo, incerteza, esse tipo de tema que por mais que seja uma “parada” mais pessoal quem ouvir vai se identificar de alguma forma...



MP: As letras sempre partem do “eu” são introspectivas sim...sei lá, de alguma forma a gente sempre quis fugir do texto panfletário.  Os livros do Hermam Hesse, Susan E.Hinton e Aldous Huxley, entre outros, acabaram influenciando...





Aliás, com relação ao som, que bandas mais influenciaram vocês? O que vocês tem escutado ultimamente?

MP: Eu tenho escutado muito Against me, as influências acho que foram os Ramones, Screeching Weasel, Social Distortion, The Riverdales, The queers, The Undertones, The Methadones e uma porrada de coisa que gostamos e que acabam influenciando de alguma forma.



Como surgiu a idéia de colocar "vários" backing vocals?



MP: Surgiu com algumas influências do bom punk rock como; Toy Dolls, Blitz, Sham 69 e as bandas de street rock  que usam muitos backing vocals. Tem haver com o fato também de ninguém saber cantar direito... kkkkk



Como tem sido a repercussão desde o lançamento da Demo, e quais são os planos da banda?



MP: Tem sido boa... mas, acho que temos que divulgar muito mais... a trama virtual tem sido um bom suporte , nos recebemos convites pra alguns concursos, se bem que a gente não liga pra isso e nem curte esse formado de shows, nos já divulgamos muito outras bandas que tínhamos, por isso agora a gente acaba ficando mais de boa, Essa banda é verdadeiramente uma banda de rock, porque é formada por amigos, a gente faz o que quer , quando quer, não tem cobranças internas muito menos externas e isso nos trás satisfação!







Vocês tem algum comentário pra finalizar a entrevista?



MP: Obrigado ... Alan pelas excelentes perguntas, e pelo bom trabalho no Mizéra!



FC: Deus Salve a América... do Sul!!!

Entrevista com Teu Pai Já Sabe?





O que vocês fazem da vida além de tocar?



7 Metros - Sou designer gráfico e instrutor de danças gaúchas num ctg nas horas vagas.



Felipe - Eu trabalho como redator web.



Mamá - Eu atualmente tenho um Café vegetariano junto com o meu namorado na Cidade de Maringá. Gosto de andar de bike, e no momento não to participando de nenhum coletivo.



Quando a banda surgiu, como vocês se conheceram?



7 Metros - Eu conhecia o mamá do rolê sxe/hardcore e um belo dia duma forma completamente informal ele me chamou pra tocar numa banda, até então eu nem sabia direito que ia ser uma banda super gay haha.



Felipe - Eu conheci o Mamá na antiga Casa da Ponte, um espaço muito bacana que

existiu por um tempo em Curitiba. Ou na banquinha de material no show

do Tidal, não lembro o que veio antes. O Hugo e o Sete eu conheci

através da banda mesmo, no primeiro ensaio. E desde então somos

amigos.



Mamá - Então...eu tb conheci o Mamá faz um tempão..hahaha...foi assim, eu conhecia o fê de tempos já, e sempre nos demos super bem, e o 7 eu não conhecia direito, mas já sabia quem era dos rolês de hardcore/punk de Curitiba. O hugo eu conheci de leve em um show do Gayohazard, e aí ficamos colegas, depois descobri que ele é irmão de uma amigona minha...um dia encontrei ele numa boate gay em curitiba e ele veio conversar sobre montar uma banda e tals...aí peguei o telefone dele, e falando com o felipe sobre isso, descobri que a danada ( felipe ) estava fazendo umas aulas de baixo...ok...só faltava o guitarrista...aí chamamos o Sete Metros, porque ela arrasa na buaty!





Quais as influências da banda?



7 Metros - Da banda creio que as mais visíveis são Limp Wrist e Gorilla Biscuits. As minhas vão de Gorgoroth a Luiz Marenco e de Soweto (é, aquilo la do Belo) a Circa Survive (não estou brincando).



Felipe - Da banda, Limp Wrist. Com certeza, são nossas musas inspiradoras. Mas

o som acaba tendo uma pegada diferente, mais punk rock, que eu acho

que vem das influências do Mamá. Eu não sou músico, então as coisas

que eu costumo ouvir quase não aparecem nas músicas da banda. Mas se

interessar, eu ouço de tudo um pouco, desde Chet Baker até Superchunk

e Tom Zé.



Mamá - Bom, eu acho que vai de gorila biscuits à los Fastídios, por exemplo...



Vocês tem tido espaço pra tocar em lugares por ai? ou o fato de ser uma banda gay, alguns lugares acabam fechando as portas?
 


7 Metros - Até que tem rolado uns shows, a merda é que o hardcore mesmo anda bem faiado, tanto de show como das idéia. Acho que essa onda de crente punk neoliberal ta complicando as coisas.



Felipe - Ainda não aconteceu de negarem lugar pra gente. Mas no geral Curitiba

anda com poucas opções para shows. Felizmente o DCE da UFPR está

aberto novamente e tem uma galera empenhada, organizando shows e

chamando o pessoal pra tocar.



Mamá - Eu acho que curitiba nunca foi uma cidade muito aberta para esse tipo de banda não, tanto que as coisas que aconteceram por lá quando eu morava,era tudo meio que organizado por nós mesmos, e amigos que apoiam a idéia. Ou seja....se as coisas acontecem lá é porque a gente se move e faz.





Vi que vocês tocaram em São Paulo, no Impróprio, e no Plebe Bar em Indaiatuba, vocês vem com frequência pra cá? Qual a diferença entre a cena daqui e a de Curitiba na opinião de vocês?



7 Metros - No Impróprio já fomos 3 vezes e sempre somos recebidos muito bem e não tenho muita queixa de Curitiba não. Acho que a diferença entre as cidades é que aqui em Curitiba a gente atende os bofe no banheirão e em Sampa é no shopping, bem mais lushoo.



Felipe - Putz, eu só tenho boas lembranças desses shows de SP e de Indaiatuba.

Foi uma viagem cansativa, mas muito bacana. Depois desses shows nós

ficamos quase um ano sem ensaiar e tocar e voltamos agora, no mês

passado. Fizemos um show aqui em Curitiba e agora o Teu Pai Já Sabe?

tocou no Liga Juvenil Anti-Sexo II, que rolou no Impróprio nos dias

19, 20 e 21 de novembro. Pelo jeito foi animal, eu passei mal na

véspera da viagem e um amigo nosso, o Francisco, tocou no meu lugar.

Eu conheço muito pouco de São Paulo, não sei se posso comparar. Eu

acho que no geral Curitiba tende a ser mais conservadora do que SP.



Mamá - A diferença de Curitiba e Sampa é que em Sampa acaba que temos muito mais público....não que não tenha em Curitiba tb...mas por exemplo: se fazemos um show em sampa aparece gente de tudo quanto é canto...de longe,e isso faz muito a diferença...e em curitiba sempre são os mesmos amigos queridos que cantam tuuuudo com a gente....opovo láé fechado e frio, e quem ainda não conhece fica com, sei lá,vergonha de ir...não sei ao certo..claro...também existe aquela molecada que só vai se a banda tocar, ou se tiver banda de fora que eles paguem muito pau...acho isso ridículo,escroto..e de boa..meu cú pra essa galera zé povinho classe média metida a serem os donos da verdade.

tocar em indaiatuba foi muito legal....intenso, junto com uma pancada de amigxs queridos....saudades do Nerds agora..hahaha...Quanto a ir com frequência pra sampa...bom, é que as bichas aqui não se aguentam e vão toda vez que chamam...tipo agora no Liga juvenil Anti-sexo 2,que nos chamaram, estávamos nessa fase daminha mudança para Maringá, e de boa, encaramos e fomos....e foi muito bom estar naqueles dias, o evento foi muito bom, valeu cada km.



Como foram os shows? Com quais outras bandas vocês tocaram?



7 Metros - O primeiro em sampa foi animal, o segundo meio zoado e o terceiro o mais lindo de todos (em sampa).Se não me falha a memória já tocamos com o Nerds Attack, Solange to aberta, Dominatrix e mais uma porrada ae haeuheauhae



Felipe - Sempre temos uma recepção muito boa, com o pessoal cantando junto e

vindo falar com a gente depois dos shows. Acho isso muito legal. Eu

não esperava que isso fosse acontecer, pensei que teríamos algum tipo

de resistência, do tipo "ah não, essas bichas reclamando de novo!".

Mas tem sido muito massa e a cada show a gente fica mais animado.



Mamá - Po,eu particularmente gostei de todos os shows...cada um teve a sua particularidade, sabe..já tocamos com muitas bandas legais, nerds foi uma delas....as Solanges são ducaralho, uns queridos...aí deixa eu ver se lembro de todas: To feel alive, defeito anormal,rejeitados, atos de vingança, desconhecidos, violent ilusions, good intencions, chico goes unplugged,black sea, xxxt.t.sXXx, rock animals, e por aí vai...



Vocês podem me indicar alguma banda Curitibana? A última banda legal (Além de vocês) que ouvi daí foi o Morte Asceta, mas eles acabaram né...



7 Metros - Indico sim, mas só banda que já acabou haha, uma antiga banda minha chamada Through the Storm e o Colligere. Brinks, hoje em dia a única banda de Curitiba que conseguiu me chamar a atenção foi o Black Sea e ela ainda não acabou.



Felipe - Black Sea (http://blackseaband.tumblr.com/) é a banda que vem na minha

cabeça também. Eles estão na ativa e com material novo. Saindo do

hardcore, tem o Audac (http://www.myspace.com/audac), que é outra

banda em que o Hugo toca. Tem também a Banda Gentileza

(http://www.bandagentileza.com.br), que eu gosto. Ah, tem também o Rock Animals

(http://www.myspace.com/rockanimalspunk), que é uma banda animal!



Mamá - Hummm....os meninos já disseram por mim..acrescento mais o Rosie and Me, que é uma banda bem bacana...








Uma pergunta imbecil. Os Pais de vocês já sabem? O nome banda é bem intuitivo, mas de qualquer forma, vocês podem falar um pouco sobre o por que desse nome?



7 Metros - Nenhum pai sabe haha, o do mamá morreu, eu não falo com o meu e o do Felipe se num me falha a memória também num sabe. A respeito do nome da banda, um amigo nosso contou pro mamá que viu na gringa uma sex shop chamada "Does your daddy knows?" e resolvemos traduzir a bagaça. Sem falar que tem o som do Limp Wrist também né.



Felipe - Ironicamente, não. Mas certamente desconfia. Quanto ao nome, foi ideia

do Mamá, por causa dessa história que o Sete contou, de um conhecido

que viu um sex shop com o nome de Does your daddy know?. E

curiosamente coincide de este ser também o nome de uma das músicas do

Limp Wrist. Uma das que eu mais gosto, por sinal. Adoro a conversa

entre o pai e o filho antes e depois da música.



Mamá - foi como o 7 Metros disse ali...o nome caiu perfeitamente com a idéia da banda e tudo mais... eu gosto... heheheh



Vocês tem algum lançamento previsto? Falem um pouco sobre a discografia de vocês e os planos da banda...



7 Metros - Tenho infernizado a vida do resto do povo da banda pra lançar mais um disquinho (dessa vez com gravação em estúdio de boy) e não paro de criar musicas novas na minha cabeça haha, pelo que tenho sentido eles estão pilhadíssimos de gravar novamente. A nossa discografia é muito extensa né, tem o EP, o EP e o EP hahuaehuaehuaeh, acho que um plano além deste disco é fazer uma "tour" pelo nordeste. Pra ser bem sincero, esse plano apareceu num email do mamá a 20min atrás haha.




Felipe - Queremos gravar um EP novo. Não agüentamos mais tocar as mesmas poucas

músicas. Tem shows em que temos que repetir uma ou outra pro pessoal.

Isso deve estar pronto até março, eu acho. Espero, pelo menos. Depois

disso, não sei. Shows, provavelmente. E temos que bolar novas

camisetas. E uma fotonovela erótica. Não, essa última é mentira.



Mamá - Olha,é o que os meninos disseram ali em cima, estamos querendo gravar algo novo, temos letras novas, e o Sete metros ta toda pilhada com idéias novas e tudo mais...agora as coisas ficam um pouco masi complicada devido à minha mudança de Cidade, mas acho que isso não vai ser um motivo para não continuarmos. já estamos tocando até uma música nova...se chamar Vá de bike!...