22/04/2009

la la la

A necessidade de criar, de sentir-se inserido dentro de algo, cujos objetivos são completamente humanos, a avidez da vida diante de nossos anceios, a fuga da morte cotidiana, e a vertigem incerta, de dias onde a única certeza são repetições, a perspectiva dentro de um só plano, uma pseudo-perspectiva, o mormaço que paira sobre nós, que nos diz tudo sem dizer absolutamente nada, vivemos a prolixidade de dias neutros, onde não há infelicidade, nem felicidade, a vida funcional é o pior dos venenos, e um cansaso que não nos impossibilita, é uma sobrevivência... a arte, o alcóol o andar em meio a multidão solitária, leva-me a um mundo estranho, onde a realidade não é corrompida pela alienação, como é possível fugir da alienação fugindo da realidade?... como posso me interessar por todas essas coisas tão inúteis aos olhos da sociedade, tanto egoísmo que ronda o coletivo, e eu aqui, com este egoísmo que nada mais é que uma fuga, um ato talvez covarde em que sou impelido através de dias que seguem sem graça, parece que a vida não é o amor e a liberdade, mas sim a vontade negada, a vontade sanada e a vertigem, e depois mais vontade negada e mais vertigem...e então talvez seja isso o amor... a vontade, um querer, que é incompleto que foge um pouco da razão, e que nos leva a vertigem... somos incompletos por natureza e, ainda assim perfeitos... esta liberdade estranha, este amor estranho, e a felicidade que é um "mais querer, que poder de fato"... as coisas em minha volta parecem "mais querer que poder de fato!" que controle possuimos sobre nossas vidas? oque somos nós além da incerteza, do medo, e da má fé... somos a incerteza o medo e a má-fé e vivemos certos no cotidiano, corajosos na covardia e sinceros na alienação... oque somos?...